domingo, 15 de abril de 2012

HOMENAGEM AOS PROFESSORES

Aula de Português

AULA DE PORTUGUÊS
A linguagem
na ponta da língua
tão fácil de falar
e de entender.
A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, esquipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, seqüestram-me.
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a priminha.
O português são dois; o outro, mistério.
Carlos Drummond de Andrade. "Esquecer para lembrar". Rio de Janeiro: José Olympio, 1979.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Planejamento 1º Bimestre 9º Ano


SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE AFOGADOS DA INGAZEIRA-PE
FICHA DE PLANEJAMENTO DE UNIDADE DIDÁTICA
Coordenador: Patrícia Amaral  Disciplina: Português    Série: 9º Ano       Bimestre:1º   
Período: 03/02 a 20/04/2012  

COMPETÊNCIAS
UNIDADE/SUBUNIDADE
ESTRATÉGIAS
RECURSOS DIDÁTICOS
AVALIAÇÃO

-Localizar informações explícitas.

-Localizar Informações implícitas

-Reconhecer características próprias do tipo ou do gênero a que pertence o texto.

-Observação dos efeitos de sentido produzidos pela utilização de elementos não-verbais.

-Exposição de síntese das ideias centrais do texto.

-Expressão de opinião sobre ideias apresentadas em textos jornalísticos de divulgação científica;

-Reconhecimento, entre partes de textos, das relações textuais indicadas por meio de expressões conectoras;


A  dança das gerações
-Pais
Gênero:Crônica
1.- Estudo de texto
 1.1Compreensão e Interpretação
1.2 Produção de Texto:
Reportagem
1.3 Análise e Reflexão sobre a Língua
-Orações subordinadas substantivas
-Orações subordinadas substantivas reduzidas
-Orações substantivas na construção do texto
ORTOGRAFIA
-Plural dos substantivos compostos
A dança de valores
1.Estudo do Texto
-Leitura de Imagens
1.1-Compreensão e Interpretação
1.2 Produção de Texto:
Reportagem
1.3  Análise e Reflexão sobre a Língua
-Pronome relativo Que, cujo e onde
O pronome relativo na construção do texto
Os valores e a felicidade
1.        Estudo do texto
1.1Compreensão e Interpretação
1.2 Produção de Texto:
Editorial
1.3  Análise e Reflexão sobre a Língua
-As orações subordinadas adjetivas
-Classificação das orações adjetivas
-As orações adjetivas na construção do texto
INTERVALO:  O sonho acabou?
-Introdução do tema da unidade,promovendo leitura de imagens da página inicial;
-Leitura do poema buscando discutir os aspectos relevantes ;
-Leitura da crônica ( partilhar a leitura: escolhendo alguns alunos para representarem os personagens presentes no texto) ;
-Estudo do texto através de atividade proposta no LD;
-Análise das características do gênero jornalístico abordando os aspectos estruturais de uma reportagem diferenciando-a da notícia;
-Propor produção de uma reportagem;
-Estudo dialógico buscando construir conceitos sobre as orações subordinadas substantivas e seu efeito na construção do texto;( uso do data-show para exibição de slides)
Realização de atividades extras
( xerografadas ou escritas )
-Explanação oral sobre os pronomes relativos, com espaço para intervenções e esclarecimentos necessários;
-Realização das atividades propostas pelo livro;
_Realização de atividades complementares ( trabalho com os descritores SAEPE e PROVA BRASIL)



Livro didático

Vídeos

Data-show

Cartazes

Revistas

Jornais



- A avaliação será feita através de atividades reflexivas, trabalhos individuais ou em duplas  testes e provas.

Pontos a serem considerados
Dentro dos conteúdos atitudinais

Apresentação dos materiais necessários a aula;

Comportamento adequado durante as aulas;

Participação nas atividades propostas;

Registro dos conteúdos em dia no caderno;

Realização de tarefas encaminhadas para casa;



REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO:
Cereja,Willian Roberto
Cochar Magalhães. 5.ed.reform. São Paulo Editora Atual
Português Linguagens- 9º Ano

Planejamento 1º 7º Ano


SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE AFOGADOS DA INGAZEIRA-PE
FICHA DE PLANEJAMENTO DE UNIDADE DIDÁTICA
Coordenador: Patrícia Amaral  Disciplina: Português    Série: 7º Ano       Bimestre:1º   
Período: 03/02 a 20/04/2012  

Competências
UNIDADE/SUBUNIDADE
ESTRATÉGIAS
RECURSOS DIDÁTICOS
AVALIAÇÃO

-Localizar informações explícitas.

-Localizar Informações implícitas

- Desenvolver estratégias de leitura

-Depreender o sentido (literal ou figurado) de uma palavra ou expressão.


-Reconhecer características próprias do tipo ou do gênero a que pertence o texto.

-Reconhecer características próprias do texto de ficção.

-Relacionar o narrador ao foco narrativo.

-Reconhecer os elementos constituintes do esquema narrativo.


-Manter a continuidade temática do texto.



 -Analisar as especificidades das diferentes classes gramaticais na construção do texto.

TEMA: Heróis
O Herói e a conquista do impossível
1.Estudo do Texto
1.1Leitura e interpretação
1.3. Produção de Texto coletiva
( Narrativa Mítica)
1.4Análise e Reflexão sobre a Língua
-verbo
Estrutura do verbo
Formas Nominais do verbo
Locuções Verbais
1.3 Ortografia

Duas Faces de Herói
1.Estudo do Texto
1.1Leitura e interpretação
1.3. Produção de Texto Narrativo(individual)
1.4 Análise e Reflexão sobre a Língua
-Tempos do Subjuntivo
-O Subjuntivo na construção do texto

O herói que habita em mim 
1.Estudo do Texto
1.1Leitura e interpretação
1.3. Produção de Texto : HQ
1.4 Análise e Reflexão sobre a Língua
-O advérbio
- O advérbio na construção do texto

INTERVALO
Produção de revista em quadrinhos
Atividade Coletiva
-Leitura compartilhada,Leitura oral feita pela  professora ou ainda sugerir leitura silenciosa;

-Conhecer o mito como gênero;

-debater temas propostos pelos textos e desenvolver habilidades de argumentação orais ;
 -Analisar por meio de atividades  de leitura as características do tipo narrativo;

-Exibição de vídeo: “ Herói por acaso””

-Exibição de vídeo: “ Batmam begins ”

- Explanação dialógica dos aspectos verbais;
-Conhecer as particularidades do verbo em relação à estrutura, à regularidade/irregularidade e à formação do subjuntivo;

-Acompanhamento das atividades propostas verificando a função semântica-estilística do verbo e advérbio na construção do texto;
-Vivência do Projeto: Heróis de Todos os tempos
-Realizar eleição para escolha do nome da revista


Livro didático

Vídeos

Data-show

Imagens Mitológicas

Cartazes

Jornais



- A avaliação será feita através de atividades reflexivas, trabalhos individuais ou em duplas  testes e provas.

Pontos a serem considerados
Dentro dos conteúdos atitudinais

Apresentação dos materiais necessários a aula;

Comportamento adequado durante as aulas;

Participação nas atividades propostas;

Registro dos conteúdos em dia no caderno;

Realização de tarefas encaminhadas para casa;



REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO:
Cereja,Willian Roberto
Cochar Magalhães. 5.ed.reform. São Paulo Editora Atual
Português Linguagens- 7º Ano

Planejamento 1º Bimestre 6º Ano


SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE AFOGADOS DA INGAZEIRA-PE
FICHA DE PLANEJAMENTO DE UNIDADE DIDÁTICA
Coordenador: Patrícia Amaral  Disciplina: Português    Série: 6º Ano       Bimestre:1º   
Período: 03/02 a 20/04/2012  

COMPETÊNCIAS
UNIDADE/SUBUNIDADE
ESTRATÉGIAS
RECURSOS DIDÁTICOS
AVALIAÇÃO

-Localizar informações explícitas.

-Localizar Informações implícitas

-Reconhecer características próprias do tipo ou do gênero a que pertence o texto.

-Reconhecimento dos elementos constituintes do conto (enredo, tempo, espaço, personagens, narrador, conflito, desfecho);



Explorar a contribuição dos aspectos paralingüísticos na construção dos sentidos do discurso oral.


-Reconhecer as distintas estratégias argumentativas típicas da fala.

-Identificar as expressões verbais que, num determinado contexto cultural, indicam atitudes ou posturas de polidez.


-Analisar as especificidades das diferentes classes gramaticais na construção do texto.


No Mundo da Fantasia
-Era uma vez
Gênero:Contos maravilhosos  
1.- Estudo de texto
 1.1Compreensão e Interpretação
1.2 Produção de Texto:
Conto
 1.3Análise e Reflexão sobre a Língua
-Linguagem verbal e não verbal
-Intelocutores
-A língua e os códigos
-Código lingüístico na construção do texto
- Semântica e Discurso
Todas as crianças crescem...
Menos uma!

1.Estudo do Texto
1.1-Compreensão e Interpretação
1.2 Produção de Texto:
Conto Maravilhoso
1.3  Análise e Reflexão sobre a Língua
-As variedades Linguísticas
-Linguagem formal
-As variedades linguísticas e a construção do texto
Terra de encantamento
1.        Estudo do texto
1.1Compreensão e Interpretação
1.2 Produção de Texto:
Conto ( oral)
1.3  Análise e Reflexão sobre a Língua
-Texto, Discurso, gênero do discurso
-A intencionalidade discursiva
-Gêneros do discurso
A intencionalidade discursiva na construção do texto
INTERVALO: Histórias de hoje e sempre
-Leitura compartilhada,Leitura oral feita pela  professora ou ainda sugerir leitura silenciosa;

-Explanação oral sobre tema proposto pelo texto sugerindo a socialização de histórias conhecidas dos alunos que tenham tradição oral;
-Analisar por meio de atividades em dupla as características do gênero conto;

-Ampliar os conceitos através do estudo da linguagem verbal e não verbal aplicando seu uso através de atividade proposta pelo livro;
Análise interpretativa seguida de correção explicativa com possíveis intervenções

-Exibição de vídeo: “ A história sem fim III ”

-Estudo da variedades lingüísticas utilizando tirinhas ou outros recursos proposto pelo livro

-Exposição dialógica sobre intencionalidade discursiva e gênero do discurso
-Vivência do Projeto: Histórias de Hoje e Sempre
-Dramatização


Livro didático

Vídeos

Data-show

Gibis

Cartazes

Revistas

Jornais



- A avaliação será feita através de atividades reflexivas, trabalhos individuais ou em duplas  testes e provas.

Pontos a serem considerados
Dentro dos conteúdos atitudinais

Apresentação dos materiais necessários a aula;

Comportamento adequado durante as aulas;

Participação nas atividades propostas;

Registro dos conteúdos em dia no caderno;

Realização de tarefas encaminhadas para casa;



REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO:
Cereja,Willian Roberto
Cochar Magalhães. 5.ed.reform. São Paulo Editora Atual
Português Linguagens- 6º Ano

Evanildo Bechara - Nossa Língua Portuguesa

Gêneros Textuais - Carolyn Miller & Charles Bazerman

domingo, 8 de abril de 2012

Gramática com textos: 9º ano - coordenação e subordinação de períodos

Introdução Esta é a décima terceira de uma série de 16 sequências didáticas que fazem parte de um programa de estudo de gramática para 6º a 9º ano do Ensino Fundamental. Confira ao lado todas as aulas da série.
Objetivos Apresentar o período composto;
Analisar as relações de coordenação e subordinação entre períodos;
Analisar as relações semânticas presentes na construção dos períodos compostos.

Conteúdos Período composto;
Relações de coordenação e subordinação;
Relações semânticas em períodos compostos.

Tempo estimado Seis aulas

Desenvolvimento
1ª etapa Inicie a aula colocando no quadro o silogismo abaixo.

Todo brasileiro é sul-americano.
Todo paulista é brasileiro. 

Todo paulista é sul-americano.
Explique aos alunos que a palavra silogismo vem do verbo syllogízo (em grego) e significa reunir, juntar pelo pensamento, conjeturar. Trata-se de um tipo de raciocínio desenvolvido na Grécia Antiga pelo filósofo Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.). Parte-se de duas afirmações, chamadas premissas, para chegar a uma conclusão. O exemplo acima começa com uma afirmação geral - Todo brasileiro é sul-americano -, passa por outra mais específica - todo paulista é brasileiro - e chega à conclusão - todo paulista é sul-americano.
Entendido o conceito de silogismo, apresente à moçada o objetivo desta sequência didática: estudar o período composto. Explique que, para isso, é importante relembrar o período simples. Mostre aos alunos que, no silogismo acima, há três períodos simples - cada um com um verbo (ser).

Em seguida, peça que os alunos tentem reescrever o silogismo colocando todas as informações em um único período. Caso perceba que os estudantes estão com dificuldade, proponha que pensem em uma expressão indicativa de hipótese ou condição - sugira o uso dos conectivos se e caso. Dê um tempo para que realizem a atividade e corrija coletivamente no quadro.

Uma possibilidade de redação é a seguinte:

Se todo brasileiro é sul-americano e todo paulista é brasileiro; logo, todo paulista é sul-americano.
Outra é:

Se todo brasileiro é sul-americano e todo paulista é brasileiro, todo paulista é sul-americano.
Durante a correção, mostre aos alunos que a transformação dos três períodos em um ocorreu por meio do acréscimo de palavras como se, e, logo. Explique que esses elementos funcionam como articuladores entre as orações que fazem parte do período composto.

Pergunte se a conclusão (todo paulista é sul-americano) se sustenta ao suprimirmos uma das duas orações indicadoras de condição (se todo brasileiro é sul-americano e todo paulista é brasileiro). Os estudantes vão notar que não.

2ª etapa Proponha, então, que a turma se organize em duplas e transforme outros dois silogismos em períodos compostos. Desta vez, oriente os alunos para que comecem as frases pela conclusão.

a) Todos homens são mortais.
Sócrates é homem.
Sócrates é mortal.
b) Todo metal dilata com o calor.
A prata é um metal.
A prata dilata com o calor.

Dê um tempo para que os alunos procurem as respostas e peça que as apresentem. Uma possibilidade de construção é:

a) Sócrates é mortal, já que Sócrates é homem e todo homem é mortal.
Outra é:

b) Sócrates é mortal porque Sócrates é homem e todo homem é mortal.

Deixe claro aos alunos a diferença de sentido entre as duas reescritas. No primeiro caso, trata-se de um período de caráter condicional, em que o locutor cria uma hipótese e a comprova. No segundo, as duas premissas são tomadas como verdades, como dados que embasam o pensamento.

Explique à classe que os articuladores que interligam as orações - porque, já que, logo, se e e -, representam uma classe de palavras chamada "conjunções".

3ª etapa Escreva no quadro os seguintes períodos compostos:

José saiu e Pedro chegou.
Quando José saiu, Pedro chegou.

Pergunte aos estudantes se os dois períodos possuem o mesmo significado. Conclua com a classe que não. O primeiro possui duas orações interligadas pela conjunção e e sugere a ideia de linearidade: primeiro José saiu e depois Pedro chegou. Já o segundo indica concomitância entre as duas ações. Essa simultaneidade é marcada pela presença da conjunção quando.

Explique, então, a diferença entre períodos compostos por coordenação e por subordinação. Para isso, desmembre as duas orações presentes no item a e pergunte à classe se elas são compreensíveis separadamente. José saiu e Pedro chegou. A moçada vai perceber que sim.

Questione se o mesmo ocorre no item b. Os alunos vão dizer que não. Comente que a oração Quando José saiu é um trecho solto e precisa de complementos para fazer sentido.

Explique à classe que essa característica - possibilidade ou não de existir independentemente do complemento - é usada por vários gramáticos para diferenciar períodos coordenados e subordinados. São chamados períodos compostos por coordenação aqueles em que as orações estão articuladas, mas não há dependência entre elas. O período composto por subordinação, por sua vez, possui orações articuladas, mas com uma relação de dependência.
Para saber mais...
A diferenciação entre período composto por coordenação e por subordinação apresenta vários pontos de discussão entre os gramáticos. Muitos acreditam que também existe dependência nas orações coordenadas.

Não há consenso também sobre as denominações. Para alguns autores, o período subordinado é composto por duas orações distintas - a principal e a subordinada. Para outros, todo o período subordinado representa a oração principal e, dentro dela, está a oração subordinada.

Como as relações estabelecidas pelos períodos compostos são importantes para a estruturação do pensamento e da argumentação, talvez o mais importante, nesse estágio de aprendizado, é dar aos alunos o conhecimento dessas relações. Realize uma problematização compatível com o nível escolar e não insista em aspectos da nomenclatura e classificações minuciosas.

Para se aprofundar sobre o tema, leia o texto A Coordenação e a Subordinação nas Perspectivas Tradicional e Funcionalista: confrontos de Andréa Marques.
4ª etapa Peça que os alunos tragam a gramática para a classe e leia com eles os trechos referentes à coordenação e à subordinação. Veja se a turma apresenta alguma dúvida e explique-a. Em seguida, façam uma breve síntese do conteúdo lido e diga para os alunos anotarem nos cadernos.

Após a escrita dessa síntese, proponha que a moçada classifique as seguintes manchetes - publicadas no jornal Folha de S. Paulo em 03 de novembro de 2010 - em períodos compostos por coordenação ou subordinação.

a) Facebook afirma que corretora comprou dado sigiloso de usuários. b) Gal relança obra e prepara novo disco. c) Estudo explica por que ocidental não diferencia rostos orientais. d) Proteína pode ser capaz de destruir células cancerígenas. e) Republicanos ganham força, mas racham.
Para corrigir a tarefa, sublinhe os verbos de cada período e procure identificar com a turma se eles precisam de complemento. Caso julgue interessante, use a gramática como suporte durante a correção.

Em Facebook afirma que corretora comprou dado sigiloso de usuários, sublinhe os verbos afirma e comprou. Ao dividir os períodos, os alunos vão perceber que, sozinha, a primeira oração não possui sentido completo. O verbo afirma pressupõe um complemento - que, no caso, é a oração que corretora comprou dado sigiloso de usuários. Trata-se, portanto, de um período composto por subordinação.

Na manchete Gal relança obra e prepara novo disco, repita o procedimento com a classe. Sublinhe os verbos, divida os períodos e peça que os alunos analisem as frases. Eles vão notar que, nesse caso, nenhum dos verbos precisa de elementos da outra oração para ter seu sentido completo. Trata-se, então, de um período composto por coordenação.

Repita a mesma orientação para analisar as demais manchetes. Quando terminar, comente com a classe que a língua é muito rica e a classificação dos gramáticos nem sempre dá conta dessa riqueza. É por isso que as gramáticas se modificam ao longo do tempo.

5ª etapa Comente com a classe que, embora as gramáticas afirmem que o e é uma conjunção coordenada aditiva, há uma série de exemplos na Língua Portuguesa em que ele aparece associado a ideias bem diferentes da adição.

Em seguida, peça que os alunos se dividam em trios e discutam os possíveis sentidos assumidos pelo conectivo e nos textos publicitários abaixo:

Dê um Boticário no dia das mães e transforme-a numa linda mulher. (Propaganda
para o dia das mães do Boticário, outdoor, Juiz de Fora, abril/2006).

Mude para a Tim e ganhe mais créditos no seu pré-pago (Propaganda Tim, Revista Época, 20 abr 2006)

Não leve trabalho pra casa. Tenha Internet no seu Oi e leia seus e-mails no caminho. (Propaganda, Revista Época 5 jul 2010)

Voe Azul e dê férias para o seu bolso. (Propaganda, Revista Época 5 jul 2010)

Dê um tempo para a realização da atividade e corrija-a. Leve os alunos a perceberem que, embora o conectivo e seja comumente associado à ideia de adição, nos casos acima ele remete à ideia de condição e às relações de causalidade. Explique que o vínculo apresentado nessas orações não é de dependência sintática, mas sim da ordem do significado.

As frases Voe Azul / Dê férias para o seu bolso poderiam ser separadas e justapostas sem a presença de conectivos. Há um vínculo implícito entre elas, remetendo ao contexto em que se inserem e ao sentido que as atravessa. Como estamos na dimensão do texto publicitário, mais forte será a sua ação se ele passar como um dado natural e não como uma construção com o objetivo de persuadir o leitor. Assim, se justificaria o camuflamento da subordinação nessas construções.

Levante ainda com os alunos outros usos da conjunção e. Ela pode ser usada com o sentido de adversidade - O menino caiu e não chorou -, com o sentido de conclusão - Chegamos atrasados, perdemos o ônibus e não fomos viajar - entre outros.

Avaliação Proponha que os alunos leiam, em trios, o poema "Eu, etiqueta" de Carlos Drummond de Andrade. Com base na leitura, peça que elaborem um texto publicitário em que o conectivo e seja usado de duas maneiras: como conjunção aditiva - Raul usa blusa da marca X e Ana usa calça da marca Y - e como organizador de períodos com valor de hipótese - Use a marca X, a marca Y e você será feliz.

Os textos publicitários devem ser entregues ao professor e apresentados para a classe na aula seguinte.
Eu, etiqueta
Em minha calça está grudado um nome
que não é o meu de batismo ou cartório,
um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
que jamais pus na boca, nesta vida.
Em minha camiseta, a marca de cigarro
que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produto
que nunca experimentei,
mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
de alguma coisa não provada
por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
minha gravata e cinto e escova e pente,
meu copo, minha xícara,
minha toalha de banho e sabonete,
meu isso, meu aquilo,
desde a cabeça ao bico dos sapatos,
são mensagens,
letras falantes,
gritos visuais,
ordens de uso, abuso, reincidência,
costume, hábito, premência,
indispensabilidade,
e fazem de mim homem-anúncio itinerante,
escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É doce estar na moda, ainda que a moda
seja negar minha identidade,
trocá-la por mil, açambarcando
todas as marcas registradas
todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
eu que antes era e me sabia
tão diverso de outros, tão mim-mesmo
ser pensante, sentinte e solitário
com outros seres diversos e conscientes
de sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio,
ora vulgar ora bizarro,
em língua nacional ou em qualquer língua
(qualquer, principalmente).
E nisto me comprazo, tiro glória
de minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
para anunciar, para vender
em bares festas praias pérgulas piscinas,
e bem à vista exibo esta etiqueta
global no corpo que desiste
de ser veste e sandália de uma essência
tão viva, independente,
que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de escolher,
minhas idiossincrasias tão pessoais,
tão minhas que no rosto se espelhavam,
e cada gesto, cada olhar,
cada vinco da roupa
resumia uma estética?
Hoje sou costurado, sou tecido,
sou gravado de forma universal,
saio da estamparia, não de casa,
da vitrina me tiraram, recolocam,
objeto pulsante mas objeto
que se oferece como signo de outros
objetos estáticos, tarifados.
Para me ostentar assim, tão orgulhoso
e ser não eu, mas artigo industrial,
peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é coisa.
Eu sou a coisa, coisamente.
(Carlos Drummond de Andrade)
Disponível em: acd.ufrj.br/~pead/tema10/perspectivas.html - Acesso em 02 nov 2010
Quer saber mais?
Internet ANDRADE, C. D. Eu, Etiqueta. Acesso em 02 nov 2010
BERNARDO, S. Reflexões sobre Coordenação e Subordinação. Acesso em ;03 de nov. 2010.
MARQUES, A . A Coordenação e a Subordinação nas Perspectivas Tradicional e Funcionalista: Confrontos. Acesso em 03 nov 2010.

Bibliografia AZEREDO, J. C.. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2008.
BECHARA, E.. Moderna Gramática Portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2001.
CASTILHO, A . T. Nova Gramática do Português Brasileiro. São Paulo: Contexto, 2010.
CHAUÍ, M. Dos Pré-Socráticos a Aristóteles. São Paulo: Cia das Letras, 2002.
PERINI, M. A . Gramática do Português Brasileiro. São Paulo: Parábola, 2010. 
Consultoria Conceição Aparecida Bento
Doutora em Letras pela Universidade de São Paulo e professora universitária.
Extraído da Nova Escola